domingo, 12 de junho de 2011

Desabafo






 Um pouco de mim.
Muitas pessoas vão achar essa postagem muito nada haver, mais foi o que eu SENTI de escrever.
Minha vida nem sempre foi tão fácil como hoje aparenta ser. Basicamente fui criada por avós, e na igreja. Meus pais se separaram quando eu tinha mais o menos um aninho de vida. Minha mãe não queria a minha existência, muitas vezes quando estava bebada, ela me contava muitas coisas, e essa foi uma delas. Ela já não amava mais o meu pai, que sempre foi bom com ela, sempre foi o melhor pai, fora a distancia. Que coincidência do destino, dos três filhos dela, a que mais se parece com ela, e a ''filha feita quando já não havia mais amor''. A primeira filha, foi aquela descoberta, foi a querida. Ela morava em São Paulo com meu pai, veio pra cá me ter, e um dia, mentiu para minha vó, dizendo que queria vir passar ferias na casa dela, e quando chegou aqui, comunicou a minha vó que estava se separando do meu pai. O terceiro filho, foi o melhor. O que ela ama, o que ela descuida, não é mãe, mais é o que tem mais carinho dela. Ela não se arrepende, de tudo que ja se passou com seu ex-marido. Se bobear, tudo o que ela ja passou com espancamentos e mais seila das quantas, o meu período foi o pior. Quantas vezes por dia eu lembro disso? Nenhuma, me lembro somente quando estou mal, e quando não digo nada, tai ai o motivo por estar mau : as lembranças de momentos. Não sou nenhuma tontinha, nem nenhuma '' coitadinha '', é que muitas pessoas por ai dizem que sofrem o caraio a quatro e acham que por isso, é a pessoa mais sofrida do mundo e pá. Nunca tive uma  mãe presente, ela sabe disso, ela sabe o que todos os tres filhos dela pensam, e mesmo assim, as vezes não liga,. Se pra ela ser uma mãe boa é bater, bater e bater, eu acho que ela ta enganada. Minha mãe  esta mudando, ao menos tentando. Mais sabe o que é ser pequenininha, aquela menininha ingenua que sempre ve as mães com as coleguinhas dela, dando beijinhos na testa, um bom dia, sabe aquela troca de carinho, aquele amor demostrado por mães,  aquele cuidado todo pra não se machucar e tal, então eu nunca soube o que é isso. Acredite, pode parecer bobagem, mais dói muito, e muito. Tantas vezes já senti falta dela, quantas vezes, eu e minha irmã mais velha, pequenas choravamos pra ela ficar com a gente, e ela saindo. Muitas vezes ela precisava, mais não era o caso de todas as vezes. Meu pai morava em São Paulo, teve uma vida boa, e quando minha mãe o abandonou sem mais e nem menos, foi quando ele desmoronou. Dai em diante, a vida dele, era apenas, eu e minha irmã. Todos os fins de semanas ele vinha de São Paulo, até aqui, Morungaba, para nos ver, nos buscar para passar o fim de semana com nossa familia lá, e tudo mais. Minha vó e meu vô, tinham um sitio em Capão Bonito, era lindo mesmo. Eles venderam, e sabe porque? Pra ficar perto das netas deles, já que meu pai tinha erguido uma grana alta com economias, e para surpresa minha e da minha irmã, ele tinha comprado um sitio, aqui perto, na cidade vizinha, Tuiuti, apenas para ficar perto das filhas. Nesse meio tempo, construíram uma casinha pequena aqui, para virem e ficarem finais de semanas e pá. Até que ele veio morar pra cá. Cara, meu pai sair de um emprego em que ganhava muito bem, largar tudo em São Paulo para vir morar perto de nós, foi a maior prova de amor que eu ja tive.
Minha vó tinha muitos problemas, não tinha rim, fazia hemodiálise todos os dias, diabética, e mais alguns problemas, e ela tinha um problema que ela não podia operar, pois não se cicatrizaria, e ela morreria. Bom foi assim que ela morreu, tentando fazer um transplante de coração, numa mesa de operação. A ultima vez que eu á vi? um dia antes. Como reagi? Meu mundo caiu, parecia que não havia mais chão pra mim. Dia 14 de setembro faz 4 anos que ela morreu. Sim, essa foi uma das piores fases da minha vida. Perder pessoas que eu amo, sim, esse é o meu maior medo. Bom, consegui sobreviver a essa tragédia. Minha vida virou de ponta cabeça, afinal, a minha conselheira havia partido. Desde pequena sempre senti a ausencia de pessoas amadas, a ausencia que se calava ao menos quando eu os via. Agora essa que minha vó faz pra mim, é perpetua. Nunca falei disso com ninguém, nunca disse como me sentia em relação a separação dos meus pais, nem da ausencia da minha mãe, afinal, o que adiantaria? agora vejo, eu tirei um peso de cima de mim.
Já me senti muito largada na vida, ja me senti em apuros sem ter quem contar, nunca tive aquela mãe amiga, mais não é por isso que eu a amo menos, pois eu sei, o que deu pra ela fazer, ela fez, sem se mudar.
Dói, e não digo que é pouco. Hoje em dia, moro com meus avós, meu avô tem mal de parkinson, que não tem cura, só evolui. Minha vó tem problema no rim, e não é por isso que ela não batalha. Ela esfrega chão, pra gente ter o que comer, se vestir, e viver. Sim, vivemos muito bem, meu vô ajuda bastante também, e as ''corridinhas de taxi'' também. Minha mãe ajuda? basicamente nada, ela pensa mais em si propria, em vez de pensar nos filhos primeiros. Como me sinto vendo meu herói sendo destruido as poucos por uma porra de doença que não tem cura, só rémedios para não descontrolar e acontecer o pior? Me sinto bem, me sinto mau. Não é por isso que ele tira o sorrido de seu rosto. Ele é ancião, da Congregação Cristã no Brasil, isso é o que o fortalece: Deus. Minha avó ja operou, tirou pedras do rim, e voltaram. Ela tem problema no nervo ciático, na coluna, e não é por isso que ela fica se lamentando e chorando pelos cantos. Eles ja batalharam muito na vida, e batalham. Sinto muito orgulho da  minha familia, sinto muito orgulho, pois na boa, meus verdadeiros pais, são eles, os que me criaram, todos os dias me aguentando, quando eu era pequena, eles que faziam minha mamadeira, me levavam na escolinha, me viam em teatros na creche,em tudo. A pouco tempo, me formei na 8ª serie, eles foram, meu pai foi, meu irmão por parte de pai foi, minha madrasta foi, meu namorado foi. Minha mãe? não, ela tinha outras coisas a se fazer, mais não levo magoa disso, eu sei que não é por mau. Bom, cheguei onde queria, meu namorado. Cara, eu e ele eramos apenas amigos, eu tinha um ''medo'' tosco dele, até o dia em que ele me perguntou se eu tinha medo dele, ou de se apaixonar por ele. Eu já fiz de tudo por ele, já chorei, ja sorri, já aguentei mutas coisas, tive que ver ele com um outro alguém, na minha frente, frequentemente, mais não me sentia mau, porque eu sabia que ele estava bem. Isso era o que importava, a felicidade dele em primeiro lugar, e hoje em dia, eu ainda penso assim, posso ser mais rigida, mais tudo o que eu faço é pensando nele, mesmo as vezes não aparecendo. Ele me fez ver como a vida é linda, como é bom viver em busca de liberdade, do amor , de tudo. Aprendi muitas coisas com ele, e ainda aprendo. Se tem um motivo pra mim realmente ser feliz, se eu tenho vontade de levantar da cama todos os dias, se eu sorrio todos os dias, é por ele, pela minha familia, meu amigos. Amigos, poucos porém verdadeiros. Já fui muito boba, tonta, acreditava em tudo, agora eu digo: Cresci. Sei o que é bom pra mim, sei quem mente, quem fala verdade, quem quer o meu bem, e quem quer me derrubar. Poucos são os leais, poucos valem a pena. Mais desses poucos que tenho, sei que é uma amizade linda, verdadeira e cheia de enigmas.
Não falo que minha vida é um desastre, nem que sofri demais, pois tudo o que vivemos tem um certo proprosito : o de crescer, de aprender a viver.
Minha vida é boa, hoje em dia, só tenho a agradecer ao meus pais, meus avós, ao Giovany- meu namorado-, e ao meu amigos.
Se hoje sou o que sou, é por vocês, e com vocês.
Sim, me considero uma Garota muito forte, pois ja vivi tanto, ja tive tantas tragédias em minha vida, mais nada me abalou ao ponto de não querer mais viver.
Se hoje estou aqui, é Graças a Deus.
Obrigado a todos. Temos muito o que viver juntos, todos.

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